4.12.13

Édipo e o regime da arte

Para além da mimesis aristotélica que mantinha o saber sob domínio da história e o visível sob o domínio da palavra, numa contenção mútua do visível e do dizível, sobrepõe-se Édipo e a ruptura que impõe como herói que não sabe o que sabe e que, no seu agir, padece em emblemático mutismo. Se assim Édipo está no centro da elaboração freudiana, sua posição é o emblema do regime da arte que opera e repõe coisas do pensamento, como “testemunhos de um pensamento imanente a seu outro e habitado por seu outro, escrito em toda parte na linguagem dos signos sensíveis e dissimulado em seu âmago obscuro” (RANCIÈRE, 2009, p. 50).