18.8.13

O sujeito que produz o mundo, na horizontalidade ampliada de suas projeções, efetua ele mesmo, cada vez mais, sua própria realização. A primeira vista, o horizonte do mundo construído por Deleuze-Guattari parece animista: mas muito rapidamente se vê que esse animismo traduz a mais alta abstração, o processo incessante dos agenciamentos maquínicos e das subjetividades se elevando a uma abstração cada vez mais alta. Nesse mundo de cavernas, de dobras, de rupturas, de reconstruções, o cérebro humano se dedica a compreender, antes de mais nada, sua própria transformação, seu próprio deslocamento, para além da conflitualidade, nesse lugar em que reina a mais alta abstração. Mas essa abstração é novamente desejo.
Antonio Negri


in: Gilles Deleuze e Félix Guattari. MIL PLATÔS. 
Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 2. 
Editora 34. 
São Paulo
Pintura: Luiz Palma