19.5.09

O olhar sobre a obra de arte necessita da lentidão e do constante retorno. Há uma exigência da preparação do espírito, da volta freqüente ao objeto, do prazer do encontro e do reencontro, do rastreio entre diversas afinidades que podem ser encontradas no interior da cultura e que vêm fecundar o objeto. Toda obra de arte pressupõe, de algum modo, uma gravidade por parte do espectador.
A arte dispõe relações que se tecem de maneira intuitiva, provocando ao mesmo tempo prazer e percepção de fenômenos humanos. Ela é, portanto, lugar de prazer e de intuições secretas, cada uma alimentado a outra.
Texto de Jorge Coli.
Historiador da Arte pela Universidade de Provença (França). Doutor em estética pela USP e professor de História da Arte e da Cultura da UNICAMP. Dirige a Revista de Arte e Arquelogia. Escreve semanalmente a coluna "Ponto de Fuga" para a FSP / Caderno Mais!
Tela de Luiz Cavalli. 2009