19.10.11

BIENAL SÃO PAULO - 60 ANOS

uma das obras de Damien Hirst
Os 60 anos da Bienal de São Paulo é um momento definido como marcante por Heitor Martins, atual presidente da Fundação Bienal. De fato é e nada mais emblemático para a efeméride do que organizar para o grande público e os artistas uma exposição. O título é excelente “EM NOME DOS ARTISTAS”. Mas a partir daí começam os problemas. O subtítulo “Arte contemporânea norte-americana na Coleção Astrup Fearnley” soa e confirma-se estranho quando adentramos o pavilhão. Sim, são obras da coleção do Astrup Fearnley Museum of Modern Art de Oslo, Noruega. Mas e daí? Por que trazer para os 60 anos da Bienal de São Paulo “... uma seleção significativa da arte contemporânea norte-americana dos últimos 30 anos” – como é apresentada essa farofa? Talvez a mentalidade colonizada dos curadores, talvez a “grande sacada” de um deles, nesse caso, o mais convincente de todos, para a oportunidade de nos apresentar algo que se assemelharia as delícias da “economia criativa” e a bobagem de achar que uma coleção dessa exemplificaria para nós tapuias esse rabo de foguete mercadológico que rende milhões de dólares para agentes e empreendedores de negócios com "arte-mercado e finanças"". E fica obvia a associação ridícula de que bons nisso só poderiam ser os americanos e os ingleses. Cadê a cena brasileira das artes visuais histórica e contemporânea ? Ou os artistas brasílicos são tidos pelos “curadores” como brasibundas para demonstrar e iluminar a parte que lhes cabe na história da arte? Será que ISSO antecipa o que está por vir na 30º Bienal em 2012? Vale a pena constatar o que é capaz de produzir a demência curatorial nas artes plásticas dos tempos presentes.
Luiz Palma
“A exposição Em nome dos artistas - Arte norte-americana contemporânea na Coleção Astrup Fearnley" propõe-se a dar uma visão (“selecionada e fragmentada”) da arte contemporânea norte-americana dos últimos 30 anos, assim organizada: no primeiro “capítulo” um grupo de "exposições individuais" de obras de artistas norte-americanos dos anos 1980, tais como Jeff Koons, Cindy Sherman, Felix Gonzalez-Torres e Richard Prince; e nos anos 1990, como Matthew Barney, Doug Aitken e Tom Sachs. No segundo “capítulo” artistas americanos emergentes”, tais como: Nate Lowman, Dan Colen, Aaron Young e Gardar Eide Einarsson. O último “capítulo” apresenta obras “impressionantes” do artista britânico Damien Hirst.