5.11.13

tudo fala

O poeta arqueólogo, em certo sentido faz o que fará Freud de 'A Interpretação dos Sonhos', com uma condição paradoxal dessa hermenêutica, pois antes de qualquer interpretação, para que o comum ou banal aporte alguma revelação, deve antes ser mitologizado.  Se uma casa ou qualquer objeto revela nos seus traços e marcas algo do verdadeiro, assim como o sonho ou o ato falho e a própria mercadoria marxiana, isso só será possível porque previamente foram figurados como elementos de uma mitologia ou de uma fantasmagoria.

In: Ressonâncias do mal-estar contemporâneo: psicanálise, arte e política. Luiz Palma. Tese de doutorado. Psicologia Social, PUC-SP. 2013, p. 81.