15.2.11

A MÁQUINA DO MUNDO # fragmentos

...a máquina do mundo se entreabriu

para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável


pelas pupilas gastas na inspeção

contínua e dolorosa do deserto,

e pela mente exausta de mentar



toda uma realidade que transcende

a própria imagem sua debuxada

no rosto do mistério, nos abismos.




Abriu-se em calma pura, e convidando

quantos sentidos e intuições restavam

a quem de os ter usado os já perdera





tudo se apresentou nesse relance
e me chamou para seu reino augusto,

afinal submetido à vista humana.

Pinturas de Luiz Palma no Astrolábio Ateliê
Drummond, obviamente.
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