13.6.08

Sair do isolamento do existir - Emmanuel Lévinas

O outro é aquele que tem uma liberdade exterior à minha, que está fora do meu sistema, com o qual não é possível nenhuma fusão. (....) ele é humilhação de todos os poderes egoistas do meu ego, revelando-se como uma relação antes ética, no sentido de que na experiência do outro, devo estar totalmente inteiro "para o outro". O feminino é a própria alteridade. Ele é tanto um acolhimento hospitaleiro, quanto uma relação erótica em que "seu segredo duplica-se, com a materialidade de uma nudez descarada, que o inscreve no equívoco da profanação tida como 'simultaneidade entre o clandestino e o descoberto', traição do segredo que não é, contudo, sua negação". Quem me proporciona o acolhimento é o ser feminino, não as mulheres empíricas de fato.
In 'O outro como um mistério e o feminino como a alteridade absoluta. (...)'. Ciro Marcondes Filho. Revista MATRIZes.
ECA/USP. Ano 1 n.1 2007